Ribeiro FR. Estudo randomizado do tratamento cirúrgico da lesão irreparável do manguito rotador: augmentation associada à interposição com autoenxerto de fáscia lata versus reparo parcial [tese]. São Paulo: IAMSPE, 2021.
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INTRODUÇÃO:
Os adjuvantes biológicos têm o objetivo de diminuir a incidência de rerroturas e melhorar os resultados funcionais no tratamento cirúrgico das roturas extensas, maciças e irreparáveis do manguito rotador, em especial pelas técnicas de augmentation e interposição.
OBJETIVOS:
O objetivo deste estudo foi avaliar os resultados clínicos, funcionais e radiológicos do tratamento cirúrgico da lesão irreparável do manguito rotador pela técnica de augmentation associada à interposição por via aberta, com a utilização do autoenxerto de fáscia lata, comparativamente com a técnica de reparo parcial artroscópica.
MÉTODOS:
Foram utilizados os seguintes desfechos clínicos, funcionais e radiológico: escala da University of California at Los Angeles (UCLA) (desfecho primário), escala da American Shoulder and Elbow Surgeons (ASES), escala visual analógica de dor (EVA) realizados no pré-operatório e com 3, 6 e 12 meses de pós-operatório; amplitude de movimentação ativa realizada no pré-operatório e com 12 meses de pós-operatório; escala de Constant-Murley (Constant), força de flexão frontal, incidência de rerrotura pela análise do exame de ressonância magnética e a ocorrência de complicações avaliadas com 12 meses de pós-operatório (desfechos secundários). Neste estudo intervencionista, prospectivo, controlado, randomizado e cego, com dois grupos de pacientes denominados grupo enxerto (n=20) e grupo controle (n=22), foram incluídos apenas casos com lesão irreparável do manguito rotador de topografia posterossuperior. No grupo enxerto foi realizada a técnica de augmentation associada à interposição por via aberta, com a utilização do autoenxerto de fáscia lata. No grupo controle foi realizada a técnica de reparo parcial artroscópica do manguito rotador. Para todas as comparações foi considerado um nível de significância de 5%.
RESULTADOS:
A escala da UCLA apresentou resultados semelhantes entre os grupos ao longo do seguimento (p>0,05), com melhora evolutiva para cada período (p<0,05). A escala da ASES apresentou resultados semelhantes entre os grupos ao longo do seguimento (p>0,05), com melhora evolutiva até 6 meses (p<0,001). A escala de Constant apresentou melhor resultado no grupo enxerto (p=0,036). A EVA apresentou melhor resultado no grupo enxerto com 12 meses (p=0,006) e ambos os grupos apresentaram melhora evolutiva até 3 meses (p<0,001). A amplitude de flexão frontal apresentou resultados semelhantes entre os grupos (p>0,05), com melhora evolutiva (p<0,001). A amplitude de rotação lateral apresentou melhor resultado no grupo enxerto (p<0,001), com melhora evolutiva apenas no grupo enxerto (p<0,001). A amplitude de rotação medial apresentou melhor resultado no grupo enxerto (p<0,001), com melhora evolutiva em ambos os grupos (p<0,05). A força de flexão frontal apresentou melhores resultados no grupo enxerto (p<0,05). A incidência de rerrotura apresentou melhor resultado no grupo enxerto (p=0,033). Não ocorreram complicações.
CONCLUSÕES:
O tratamento cirúrgico da lesão irreparável do manguito rotador pela técnica de augmentation associada à interposição por via aberta, com a utilização do autoenxerto de fáscia lata, apresentou resultados semelhantes de acordo com a escala da UCLA, escala da ASES, amplitude de flexão frontal e ocorrência de complicações, e resultados melhores pela EVA, escala de Constant, amplitudes de rotação lateral e medial, força de flexão frontal e incidência de rerrotura, comparativamente com a técnica de reparo parcial artroscópica.