O que é?
A Patela é um dos três ossos que compõe o joelho, junto com fêmur e a tíbia, e também é conhecida como rótula, localizando-se na parte anterior do joelho, na frente do fêmur – bem na região onde ‘enxergamos’ o joelho ao sentar em uma cadeira com os pés apoiados no chão. A Fratura da Patela é rara, representando apenas 1% das fraturas totais do esqueleto humano, podendo ser leve ou grave.
A Patela faz parte de um grupo de ossos chamado sesamóide. Esses ossos ficam localizados em tecidos tendinosos, ou seja, são interligados com tendões. Isso faz com que eles tenham funções importantes auxiliando na mobilidade por facilitar o deslizamento do tendão na passagem articular e também ajudando a proteger a região em que se encontram. A Patela, em específico, ajuda a proteger toda a estrutura do joelho, além de ser essencial para a movimentação do quadríceps (músculo da coxa / extensor do joelho).
Quais as causas?
As Fraturas da Patela podem acontecer por traumas diretos ou indiretos. O trauma direto, como o próprio nome diz, se dá diretamente na Patela. Em geral, ele ocorre por uma queda sobre o joelho e em acidentes de carro, moto e bicicleta. A Osteoporose e alguns distúrbios de equilíbrio são fatores que podem contribuir para que haja a Fratura da Patela.
Já os casos de trauma indireto se dão por uma grande – e anormal – contração do quadríceps, impedindo a Patela de se manter estabilizada, ocasionando as fraturas do tipo avulsão.
Os traumas que resultam em Fratura de Patela podem ocasionar em conjunto outras enfermidades: Lesão do Menisco ou, mais raramente, uma Lesão do Ligamento Cruzado Anterior.
Sintomas
O quadro de sintomas da Fratura Patelar é composto por uma dor intensa e imediata no joelho, inchaço (também instantâneo após o trauma) e, com o tempo, o surgimento de hematoma no local.
Dependendo do tipo de fratura, o paciente pode ter muita dificuldade para realizar movimentos, como dobrar ou esticar a perna, caminhar e até apoiar o pé no chão. Se a fratura for externa /exposta, há ferimento aberto no local e torna-se uma emergência.
Diagnóstico
O diagnóstico da Fratura da Patela ocorre pela junção do exame clínico e de exames de imagem. O histórico do trauma e os sintomas já são capazes de ajudar o médico especialista a diagnosticar previamente a fratura, mas é necessário realizar os outros exames para concluir o diagnóstico e identificar o tipo da fratura e o grau de desvio.
O médico pode solicitar radiografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada, de acordo com cada caso.
Tratamentos
Os tratamentos de Fraturas da Patela vão variar de caso para caso, de acordo com a classificação, idade , exame físico e de imagens.
As fraturas mais ‘simples’, com desvios pequenos inferiores a 3mm, costumam ser tratadas conservadoramente, sem necessidade de intervenção cirúrgica. Nesses casos, ocorre a imobilização da perna e a anulação de carga (o paciente não pode caminhar ou realizar qualquer outro tipo de força sobre o joelho e perna). Esse período pode variar entre quatro e seis semanas.
Depois dessa primeira etapa de tratamento, o paciente entra no período de recuperação da força muscular com fisioterapia intensa. Voltar a andar e realizar outras atividades vai depender do avanço do paciente acompanhado de perto pelo médico e fisioterapeuta.
Nos casos onde houve desvio superior a 3mm, de fraturas expostas ou fragmentadas (com diversas fraturas) a indicação do tratamento é cirúrgica.
O método utilizado na cirurgia vai variar dependendo da gravidade da fratura. Se for possível, a Fratura da Patela pode ser corrigida com a implantação de parafusos ou pinos que vão estabilizar o osso novamente no lugar correto.
Em casos mais complexos, pode ser indicada a patelectomia parcial ou total, ou seja, a retirada de um pedaço ou de toda a patela e o ligamento direto dos tendões. Os médicos procuram evitar ao máximo esse tratamento e aplica-lo somente em casos muito específicos, já que a patela é bastante necessária para a estrutura do joelho.
Após a cirurgia, o tratamento segue semelhante ao conservador: com período de imobilização, seguido por fisioterapia e exercícios contínuos para recobrar a força e a mobilidade.
Os pacientes que realizam a patelectomia total podem ficar com algumas limitações, como dificuldades para caminhar e perda de força.
Em geral, os tratamentos da Fratura da Patela alcançam resultados completamente satisfatórios entre 70% e 80% dos casos.