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Pediátrica

A doença de Legg-Calvé-Perthes, também conhecida como osteocondrite juvenil da cabeça femoral, é uma condição que afeta a articulação do quadril em crianças. Foi descrita pela primeira vez no início do século XX por três médicos: Arthur Legg, Jacques Calvé e Georg Perthes. A doença é caracterizada pela degeneração da cabeça do fêmur devido à interrupção do suprimento sanguíneo. Essa falta de fluxo sanguíneo resulta em necrose avascular, enfraquecendo o osso e causando sintomas desconfortáveis.

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A cabeça do fêmur é a parte arredondada do osso que se encaixa na cavidade do quadril. Durante o desenvolvimento normal, o fluxo sanguíneo adequado é essencial para fornecer oxigênio e nutrientes necessários para manter o osso saudável. No entanto, na doença de Legg-Calvé-Perthes, o suprimento sanguíneo é temporariamente interrompido, levando à morte das células ósseas.

Causas da doença

As causas exatas da doença de Legg-Calvé-Perthes ainda não são totalmente compreendidas. No entanto, existem fatores de risco e possíveis causas associadas à condição. Alguns dos fatores de risco incluem uma predisposição genética, idade e restrição do fluxo sanguíneo para o osso. A doença geralmente ocorre em crianças entre 4 e 10 anos de idade, com uma incidência ligeiramente maior em meninos do que em meninas.

Acredita-se que a restrição do fluxo sanguíneo seja um fator chave no desenvolvimento da doença de Legg-Calvé-Perthes. Embora a causa exata dessa restrição ainda seja desconhecida, acredita-se que possa ser devido a uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Além disso, outras possíveis causas incluem trauma no quadril, coagulação anormal do sangue e problemas vasculares.

Sintomas e sinais da doença

Os sintomas da doença de Legg-Calvé-Perthes podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente envolvem dor no quadril e na virilha. As crianças afetadas podem mancar ou ter dificuldade de andar devido ao desconforto. Além disso, a amplitude de movimento do quadril pode ser limitada, levando a uma rigidez perceptível.

É importante observar que os sintomas podem progredir gradualmente ao longo de semanas ou meses. No início, a dor pode ser leve e intermitente, mas à medida que a doença progride, ela pode se tornar mais intensa e persistente. É essencial procurar atendimento médico se a criança apresentar sintomas como dor no quadril, claudicação (mancar) ou dificuldade para caminhar.

Grupos etários mais afetados

Essa doença é mais comum em crianças com idades entre 4 e 10 anos, durante a fase de crescimento. Essa faixa etária representa o período em que a cabeça do fêmur está em desenvolvimento ativo. Embora a doença possa ocorrer em qualquer idade, é mais prevalente nesse grupo específico.

Além da faixa etária, também é importante considerar que a doença afeta mais meninos do que meninas. A proporção entre meninos e meninas afetados é de aproximadamente 4:1. Os pesquisadores ainda não têm uma explicação clara para essa diferença de gênero, mas acredita-se que fatores hormonais e genéticos possam desempenhar um papel.

Fatores de risco adicionais associados à doença de Legg-Calvé-Perthes incluem histórico familiar da doença, exposição a tabaco, baixo peso ao nascer e certas condições médicas, como problemas de coagulação sanguínea.

Diagnóstico da doença

O diagnóstico da doença de Legg-Calvé-Perthes é realizado por um médico especialista em ortopedia. O profissional realizará um exame físico detalhado e avaliará a história médica do paciente. Durante o exame, o médico pode observar o padrão de movimento do quadril, procurar sinais de dor e verificar a amplitude de movimento.

Além do exame físico, exames de imagem como radiografias são frequentemente solicitados para confirmar o diagnóstico. As radiografias permitem avaliar o estado da cabeça femoral e identificar possíveis alterações ósseas. Em alguns casos, exames adicionais, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, podem ser necessários para obter uma imagem mais detalhada do quadril.

É importante ressaltar que o diagnóstico preciso da doença de Legg-Calvé-Perthes é crucial para iniciar o tratamento adequado e garantir uma melhor recuperação.

Opções de tratamento

O tratamento da doença de Legg-Calvé-Perthes varia dependendo da gravidade da condição e da idade da criança. Em casos leves, pode ser adotada uma abordagem conservadora, que envolve observação cuidadosa e monitoramento regular. Durante esse período, a criança pode ser orientada a evitar atividades físicas intensas que possam colocar pressão adicional no quadril.

A terapia física desempenha um papel fundamental no tratamento da doença de Legg-Calvé-Perthes. O fisioterapeuta ajudará a desenvolver um programa de exercícios personalizado para fortalecer os músculos ao redor do quadril e melhorar a amplitude de movimento. Esses exercícios podem incluir alongamentos, fortalecimento muscular e técnicas de mobilização.

Em casos mais graves ou quando a condição não melhora com o tratamento conservador, pode ser necessário considerar a intervenção cirúrgica. A cirurgia pode envolver a realocação do osso femoral para melhorar a posição da articulação do quadril, aliviar a dor e restaurar a função normal. O tipo de cirurgia e o procedimento específico dependerão das circunstâncias individuais de cada paciente.

Complicações e prognóstico

A doença de Legg-Calvé-Perthes pode levar a algumas complicações potenciais, principalmente se não for tratada adequadamente. Uma complicação comum é a deformidade óssea, que ocorre quando o osso não se desenvolve corretamente devido à necrose avascular. Isso pode resultar em um formato anormal da cabeça femoral, afetando a função e a mobilidade do quadril.

Outras complicações incluem a osteoartrite (artrose) precoce, que pode se desenvolver mais tarde na vida adulta devido à degeneração articular causada pela doença. O risco de complicações pode ser reduzido com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.

O prognóstico da doença de Legg-Calvé-Perthes varia de acordo com cada caso individual. Em muitos casos, com tratamento adequado, a maioria das crianças se recupera completamente e retorna à função normal do quadril. No entanto, o processo de recuperação pode ser longo e levar vários anos. É importante seguir o plano de tratamento recomendado pelo médico e participar de consultas de acompanhamento regulares para monitorar o progresso.

Estar ciente dos sinais precoces e buscar atendimento médico adequado é fundamental para um diagnóstico e tratamento oportunos.

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