O que é?
O Pé Chato, também conhecido como Pé Plano, é uma condição que se caracteriza por possuir um formato específico, em que a curvatura (arco plantar) da parte interna do pé é quase inexistente.
Na pegada de uma pessoa com Pé Chato é possível notar que existe uma diminuição no arco plantar, já que a sola do pé toca quase inteiramente o chão, sem deixar um formato de ‘C’ na face de dentro (medial).
Vale lembrar que o Pé Chato fisiológico (normal), costuma ocorrer em ambos os pés.
Quais as causas? E os grupos de risco?
Durante certo período da infância, todas as crianças apresentam a condição. Isso acontece porque o arco plantar desenvolve-se depois do nascimento do bebê, a partir dos dois anos, mesma época em que a gordura do pé começa a ser eliminada. Antes disso, os bebês possuem pés que se parecem com “pãezinhos” e se caracterizam como Pés Chatos.
O processo de crescimento e desenvolvimento da curvatura costuma acontecer até, mais ou menos, os 12 anos. Por isso, não há motivos para se preocupar logo de início, mas é importante acompanhar o avanço e, se houver surgimento de sintomas, comunicar ao médico.
A hereditariedade é uma das causas conhecidas de Pé Chato e pode, ou não, estar associada à hiperfrouxidão ligamentar (excesso de flexibilidade), também comum em crianças.
Entre outras causas conhecidas estão algumas más-formações ósseas ou de outras regiões, problemas nos tendões e outras deformidades.
Sintomas
Como já dito, os sintomas de Pé Chato costumam surgir por um período nas crianças. Na maioria dos casos, o crescimento durante a infância já sana o problema com o desenvolvimento do arco plantar. Nesses casos, o sintoma mais comum é a alteração visual da área. Em questão de dor, a condição segue assintomática.
No entanto, é preciso acompanhar a “formação” do pé durante os anos para evitar que uma possível condição não fisiológica passe despercebida. Algumas dicas podem ajudar os pais e responsáveis: verificar o formato das solas dos sapatos – checar se há um desgaste muito grande em uma região, checar se a criança reclama de dor na hora de realizar atividades físicas (as dores costumam ocorrer nas penas e nos pés em geral), além de acompanhar se há deformidade muito evidente ou assimétrica (maior em um pé do que no outro).
Em geral, tanto em crianças como em adultos, o Pé Chato é uma condição benigna que não causa dor. O sintoma mais recorrente é a anomalia do membro que não possui a curvatura interna esperada.
Diagnóstico
Para comprovar e buscar tratamentos para o Pé Chato, o indicado é realizar uma visita ao ortopedista. Durante a consulta, ele realizará um exame clínico que consiste em duas etapas: a primeira é ouvir do paciente os sintomas e as queixas; a segunda é realizar alguns testes para avaliar a condição.
Os testes podem variar entre podoscopia, que consiste em analisar as ‘impressões digitais’ do pé aplicadas em um aparelho, além de um teste simples, pedindo para o paciente ficar na ponta dos pés e analisar como a curvatura e o calcâneo se comportam, além de realizar exames de palpação dos pés, para avaliação da sua flexibilidade.
Para complementar o diagnóstico, o especialista pode solicitar exames de imagem, como raio-x e tomografia computadorizada, especialmente se houver suspeita de alguma condição associada.
Tratamento
Grande parte dos casos é assintomática e caminha para a cura de maneira espontânea. Mas se o caso apresentar dor, incômodo e dificultar o dia a dia do paciente, existem algumas opções de tratamento.
A fisioterapia pode ajudar bastante na questão da frouxidão, especialmente com os exercícios de alongamento, bem como os de fortalecimento muscular.
A escolha dos sapatos corretos é fundamental para evitar que os sintomas se agravem, podendo haver, também, recomendação de uso de palmilhas ortopédicas para aliviar a pressão e reduzir a dor.
Como os pés recebem uma grande sobrecarga diária, a perda de peso também pode ser uma aliada no alívio de sintomas. Diminuindo a pressão sobre o Pé Chato, o incômodo deve ser amenizado, assim como dores em outras regiões, como tornozelos e joelhos.
Alguns casos extremos de Pé Plano podem ser encaminhados para a cirurgia. São situações bem raras, mas que podem acontecer. Em geral, o paciente realiza o procedimento cirúrgico quando a deformidade é incapacitante (dificulta o caminhar, resulta em alterações estruturais nos joelhos etc). A cirurgia também pode ser indicada em condições de Pés Planos rígidos, com a presença de barras ósseas, que causam a deformidade e tendem a piorar com o tempo.