A tendinite de Aquiles ou tendinopatia do Aquiles é a inflamação do tendão de Aquiles ou do seu revestimento. O tendão de Aquiles inflamado provoca dor que pode variar de moderada a forte na região do Aquiles (parte posterior ou “parte de trás do pé ou calcanhar” e “barriga da perna”). Veja imagens para melhor perceber a localização do tendão de Aquiles.
Atualmente, entre a comunidade científica e profissionais de saúde, o termo tendinopatia do Aquiles é o mais utilizado e engloba as inflamações e micro roturas do tendão. No entanto, muitos médicos continuam a usar o termo tendinite.
A tendinite do Aquiles é o principal problema que afeta este tendão e possui, por norma, prognóstico favorável, desde que seja tratada de forma atempada e adequada. No entanto, em alguns casos, podem surgir algumas complicações e dificultar a reabilitação.
A tendinite crónica ou tendinites de repetição são um fator de risco para as roturas do tendão (o tendão rasga de forma parcial ou total). Uma rotura do tendão é uma lesão mais grave quando comparada com uma inflamação (tendinite). Veja mais informação em tratamento.
Podemos identificar dois tipos de tendinite do Aquiles, tendo por base a parte do tendão que está inflamada, a saber:
Tendinopatia insercional do Aquiles: a tendinite envolve a porção inferior do tendão, onde o tendão se conecta com o calcâneo (osso do calcanhar). Neste caso co-existe, muitas vezes, também a deformidade de Haglund, que é uma proeminência óssea (exostose) retrocalcaneana, esporão posterior do calcâneo.
Tendinopatia não-insercional do Aquiles: na tendinite não-insercional, as fibras na porção média do tendão começam a sofrer degeneração (romper) e o tendão fica mais espessado (parece “engrossar”). A área mais vulnerável, concentrando o stress nesta área, localiza-se entre 2 a 6 cm do calcanhar, e sendo este o local mais frequente de rotura. A tendinite da porção média do tendão afeta, habitualmente, as pessoas mais jovens e ativas.
Tanto na tendinite insercional como na não-insercional, as fibras do tendão danificadas podem calcificar (perder elasticidade). A calcificação no tendão de Aquiles está relacionada com processos inflamatórios crónicos ou secundária a hipersolicitações. Estas calcificações resultam da tentativa constante de cicatrização da lesão crónica com degeneração do tendão e calcificação local das suas fibras.
Alguns fatores de risco para a tendinite de Aquiles são:
- Excesso de treino;
- Esforço sem hábito de treino ou alteração brusca das rotinas de treino;
- Alterações da posição do pé (possuir pé-chato (em pronação); presença do arco do pé elevado com “tendão de Aquiles curto”; músculos isquiotibiais (parte de trás da coxa) ou músculos dos gémeos enfraquecidos;
- Presença de esporões ósseos;
- Caminhar frequentemente em “pontas dos pés” (exemplo: usar sapatos de saltos altos frequentemente);
- Usar calçado inadequado com pouco apoio;
- Mudança repentina na superfície do treino – ex. relva para alcatrão;
- Correr em locais com pisos irregulares, como nas montanhas;
- Obesidade;
- Diabetes, a hipertensão arterial, o uso de antibióticos como as fluoroquinolonas.
Sintomas:
Os principais sinais e sintomas na tendinite do Aquiles são a dor e a rigidez na área afetada (região do calcanhar, “parte por trás do pé e perna” ou “barriga da perna”), que surge gradualmente durante dias ou meses e agrava-se durante a atividade física.
A tendinite de Aquiles pode ser sentida como uma dor intensa em atividades como subir escadas ou rampas inclinadas ou quando se aumenta a velocidade durante a corrida, melhorando com o repouso.
Pode também sentir mais rigidez no início do exercício ou quando se levanta de manhã. A área pode estar vermelha, quente ou “inchada”, dependendo da gravidade da inflamação.
Em alguns casos, pode ouvir-se algum som de estalido (estalos) ou crepitação durante a utilização do tendão, mesmo ao andar normalmente.
Diagnóstico:
Por meio de exames clínicos é possível constatar o problema. O médico responsável estará incumbido de identificar inflamações, espessamentos no tendão e aumento de sensibilidade da região acometida pela lesão.
Os pés devem obrigatoriamente ser examinados, já que a pisada errada (como a pisada pronada e a pisada supinada) pode desencadear um quadro de tendinite do calcâneo.
Uma radiografia local também é de suma importância para eliminar qualquer dúvida quanto à ordem da lesão. Exames de imagem de ultrassom nos informam a arquitetura e possíveis alterações no tendão.
O exame de ressonância magnética é realizado quando o ultrassom e radiografias não são esclarecedores no diagnóstico.
Tratamento:
O tratamento na grande maioria das vezes é conservador inicialmente, com medidas que variam desde o repouso até eventualmente uma intervenção cirúrgica.
Exercícios de alongamento e fortalecimento da musculatura, bem como correção de eventuais deformidades auxiliam no resultado do tratamento.
Outro procedimento médico indicado para esse problema é o tratamento por ondas de choque. Sobretudo se a reabilitação ou correção de eventuais deformidades nos pés não estiverem trazendo benefícios.
O tratamento por ondas de choque é quase sempre satisfatório, e por muitas vezes, chega a substituir cirurgias e outros procedimentos invasivos na região do calcâneo.
Dúvidas? Entre em contato com nosso atendimento e agende sua consulta com nossa equipe de ortopedistas.