O que é?
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não são apenas fraturas que atingem os ossos; outras patologias podem afetá-los e causar danos graves. Na verdade, eles são estruturas bastante complexas que participam, inclusive, da produção sanguínea do corpo humano. A osteomielite, que é uma infecção óssea aguda (recente) ou crônica (prolongada) pode acometer qualquer osso do corpo, sendo mais comum no fêmur distal e tíbia proximal (região do joelho).
Apesar de não ser uma doença extremamente comum, a osteomielite pode ocorrer a qualquer momento da vida de uma pessoa. A causa mais comum é uma bactéria, mas existem diversas causas conhecidas que desencadeiam o início da doença.
Quais as causas?
O motivo mais comum da osteomielite é a bactéria chamada Staphylococcus Aureus. Ela é encontrada na pele do corpo humano e, em geral, é inofensiva. A doença ocorre quando, por algum motivo, a bactéria consegue chegar ao osso e se instalar nele. Apesar de ser a bactéria causadora mais comum, existem outras espécies de micro-organismos que também podem desencadear a infecção, como fungos.
Em geral, a infecção começa em outro local e “viaja” até o osso. Um dos “meios de transporte” utilizados por esses organismos é a corrente sanguínea. Esse processo é facilitado pelo fato do osso participar diretamente da produção de sangue no corpo, e ter a irrigação mais lenta nas “fises de crescimento” nas crianças. Quando a infecção é por via sanguínea, a doença recebe o nome de osteomielite hematogênica.
Outra maneira de iniciar a infecção é por meio de uma ferida aberta em que o osso fica exposto. O mais comum é que isso ocorra quando há uma fratura exposta – quebra do osso com corte e exposição da estrutura. Mas a infecção óssea também pode acontecer por meio de cortes muitos profundos ou durante processos cirúrgicos. Esses casos são chamados de osteomielite pós-traumática.
Existem fatores de risco?
Sim, existem alguns fatores que podem facilitar a osteomielite. Pacientes com diminuição de defesas, como portadores de diabetes e pacientes infectados com o vírus HIV, estão mais suscetíveis a desenvolver a infecção óssea.
Além disso, pessoas que passaram recentemente por um processo cirúrgico e/ou possuem próteses, parafusos e pinos também podem acabar desenvolvendo o quadro mais facilmente.
Crianças não estão fora do grupo de risco. Na verdade, elas costumam apresentar uma boa porcentagem dos casos. Por isso, é importante observar se há sintomas e, se sim, procurar ajuda médica o mais rápido possível.
Sintomas
Um dos principais sintomas da osteomielite é a dor no local afetado. Poder parecer estranho, mas é possível sentir uma ‘dor no osso’ e ela tende a piorar com o tempo e se intensificar quando a região é tocada. A febre pode ou não acompanhar a dor; é comum também perceber vermelhidão e inchaço no local.
Vale lembrar que muitos casos da patologia podem ficar assintomáticos por um tempo ou com presença de sintomas isolados. É importante procurar ajuda médica logo que perceber a presença de sintomas na fase da osteomielite aguda para evitar a progressão do processo infeccioso. Os sintomas nos quadros de osteomielite crônica (infecção mais antiga) podem ser mais amenos e de difícil diagnóstico, o que não quer dizer que a infecção esteja mais branda, muito pelo contrário.
Diagnóstico
Se o paciente perceber algum sintoma, por “menor” e “mais simples” que seja, é preciso procurar um médico de imediato, principalmente se a pessoa se enquadrar em algum grupo de risco. A detecção é realizada mais facilmente logo no começo da infecção.
Para realizar um diagnóstico completo, o especialista deve realizar diversos exames que vão se complementar na hora de avaliar se há infecção, qual sua causa e o nível de avanço da mesma. Os exames mais comuns são os de sangue, os de imagem (como raio-X e ressonância magnética), cintilografias ósseas e biópsias do osso afetado.
Infelizmente, é comum que muitos exames não apresentem alterações mesmo quando há infecção, como acontece com os exames de imagem. Por isso, é importante acompanhar de perto o avanço dos sintomas para buscar sempre uma avaliação mais aprofundada e confirmar (ou descartar) a osteomielite.
Tratamento
Após a osteomielite diagnosticada, o tratamento deve ser iniciado imediatamente. Os resultados alcançados mais rapidamente e com mais sucesso são dos casos agudos, com diagnóstico feito logo no início do quadro. Alguns casos podem ser tratados com o uso de antibióticos (ministrados por meio intravenoso e/ou oral).
As indicações cirúrgicas para tratar casos de osteomielite não são incomuns. Isso porque muitos dos casos são diagnosticados tardiamente, e já há comprometimento da região. Nesses casos, podem ser realizadas algumas técnicas separadamente ou em conjunto, como a drenagem, retirada de pedaços ou de órteses internas ou, em casos mais extremos, a amputação.
O mais importante após a operação, antes de pensar na (re)colocação de próteses, é se preocupar com a extinção total da infecção. A recuperação pode ser demorada e vai requerer um tratamento adequado e muito bem seguido pelo paciente, inclusive para evitar infecções generalizadas.