A corrida é um dos esportes mais populares do mundo, seja pela facilidade em praticá-la, seja por seus benefícios à saúde. Entretanto, se o atleta não tomar alguns cuidados ou não utilizar os equipamentos corretos para a prática esportiva, diversas lesões podem aparecer durante o processo, tais como fascite plantar, tendinite do calcâneo, entorse de tornozelo, entre outras. Saiba mais sobre essas lesões a seguir.
Fascite Plantar
Trata-se de uma inflamação na membrana de tecido conjuntivo fibroso, localizada na planta (sola) do pé, conhecida como fáscia plantar. Entre as causas para o seu aparecimento, vale destacar o aumento de peso, falta de alongamento específico e o treinamento da corrida feito da maneira errada.
É consenso na comunidade médica de que o aumento de peso faz com que os músculos da panturrilha fiquem mais curtos, gerando assim, traumas no pé, que podem causar a inflamação da fáscia plantar. O aumento do peso sobre a base do corpo (pés), também aumenta a pressão sobre partes destas estruturas, ocasionando danos e desgastes. Esse problema gera uma dor no pé bastante forte e pode, até mesmo, impossibilitar a pessoa de andar.
A questão do treinamento errado, por sua vez, pode ser vista por vários ângulos: tempo excessivo; uso do tênis errado para a pisada; palmilhas inadequadas; realizar o treinamento em terrenos muito irregulares, entre outros.
O principal tratamento para esse problema envolve fisioterapia e fortalecimento muscular de regiões específicas (musculatura intrínseca do pé), com o objetivo de equilibrar o peso e reduzir a incidência de dor. Pode ser necessário adequar equipamentos de corrida também (tênis, palmilha e até meias). Nos casos mais intensos, quando o paciente sente muita dor, o médico responsável pode receitar medicamentos antiinflamatórios e analgésicos.
Tendinite do Calcâneo
Também conhecida como tendinite de Aquiles, essa patologia costuma ter como principal indicativo a dor na região posterior do calcanhar. A tendinite do calcâneo costuma aparecer pelo uso de calçados de má qualidade ou pelo aumento repentino da atividade esportiva.
Em casos mais complexos, além da dor no pé, essa alteração ainda pode gerar limitação de movimentos e, até mesmo, dor quando a pessoa está em repouso. Essa dor acontece devido à microrruptura das estruturas que compõem o tendão de Aquiles.
A solução é relativamente simples e envolve a utilização do calçado adequado, monitoramento do treinamento e correção da intensidade da atividade física. O tratamento inicial, por sua vez, é feito com repouso e afastamento das atividades físicas. É possível que o médico ortopedista peça, também, para que o paciente faça fisioterapia, gelo e tome anti-inflamatórios. O uso de órtese específica também pode ajudar em alguns casos.
Canelite
Popularmente conhecida como “dor na canela”, a canelite atinge os tendões e músculos que ficam ao redor da região anterior da tíbia. A enfermidade costuma aparecer por alguns erros posturais, como correr inclinado para frente ou aumentar de sobremaneira a carga de exercícios, especialmente em ladeiras.
Uma maneira de prevenir a doença é fortalecendo os músculos da parte inferior do corpo. A utilização de calçados adequados para a pisada também contribui para evitar casos de canelite. Para quem foi diagnosticado com canelite, repouso e fisioterapia são soluções de fácil acesso e que costumam levar o paciente a uma recuperação completa, fazendo com que seja possível voltar às atividades do dia a dia.
Entorse de tornozelo
Também conhecida como torção do tornozelo, a entorse pode ser muito grave, causando ruptura total/parcial dos ligamentos e, até mesmo, com fraturas associadas (avulsão).
A entorse trata-se de um problema que gera muita dor no tornozelo e que pode deixar o atleta fora das pistas por muito tempo. A melhor maneira de proteger o tornozelo é escolher bem o calçado e o local onde a atividade será praticada, visando minimizar a chance de acidentes. O aquecimento prévio, com estímulos proprioceptivos (pequenos saltos, por exemplo), podem ajudar na prevenção.
Nos casos em que a entorse acontece, é preciso procurar um médico ortopedista para analisar o grau do problema e se é preciso fazer alguma cirurgia, possibilidade que costuma ser levada em conta em casos de ruptura grave de ligamento.
Caso não haja necessidade de cirurgia, o tratamento conservador irá incluir imobilização inicial, uso de órtese, medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, bem como sessões de fisioterapia para recuperar as estruturas lesionadas.
Condromalácia Patelar
Conhecido também como “joelho de corredor”, a condromalácia patelar é originada por um déficit muscular, capaz de causar um amolecimento das cartilagens dos ossos do joelho (patela e fêmur), podendo causar uma lesão nos ossos, danificando a região.
É preciso procurar um médico ortopedista para ter a certeza de que se trata da condromalácia. Em caso positivo, o médico recomendará sessões de fisioterapia, com o objetivo de fortalecer músculos e melhorar o alongamento na região, além de analgésicos e anti-inflamatórios para evitar os quadros de dor. Nos casos mais graves, será realizada uma intervenção cirúrgica por meio de artroscopia, seguida de fisioterapia e uso de medicamentos.
Fraturas por estresse
Trata-se de um problema que atinge a parte inferior da perna (geralmente o terço inferior), especialmente os ossos chamados tíbia e perônio. Na grande maioria dos casos, acontece pelo excesso de treinamento (“overuse”) e, por isso, acaba melhorando com a redução da intensidade dos exercícios físicos. O erro técnico de treinamento é a maior causa de fratura de estresse.
Nestes casos é ainda necessária uma avaliação completa do paciente, na busca de outras causas deste tipo de fratura, que incluem: alterações hormonais, déficits de minerais (cálcio principalmente) e diminuição da densidade óssea (osteopenia ou osteoporose).
O médico ortopedista geralmente orienta a suspensão temporária dos exercícios, buscando o repouso até a cura total do problema. Após o período de repouso, o paciente precisará tomar mais cuidado com suas atividades esportivas, com retorno de forma progressiva. Existem métodos especializados para retornar a atividades esportiva, que podem ser feitos inicialmente com o fisioterapeuta especializado em medicina esportiva. Nos atletas profissionais ou que queiram se aperfeiçoar, pode ser indicado uma consultoria esportiva.
Pubalgia
Trata-se de uma das lesões mais complexas que um atleta pode ter. Além de ser recorrente em jogadores de futebol, também atinge corredores, gerando muita dor no quadril e a impossibilidade de fazer alguns movimentos.
Essa inflamação aparece na região do púbis e ocorre devido à movimentação incorreta do quadril. Seu tratamento também é complexo e pode demorar, sendo necessário descansar e fazer diversas sessões de fisioterapia. Sessões de acupuntura podem ajudar no tratamento.
Lombalgia
A famosa “dor na coluna” é um dos principais problemas que abrange os atletas corredores. Se o paciente tiver uma postura inadequada, a musculatura do tronco é forçada e acaba gerando uma dor bastante incômoda.
Os alongamentos contínuos e progressivos, seguidos do fortalecimento da musculatura abdominal, perineal, lombar e glútea (“CORE”) são a melhor forma de prevenir esse problema. Em caso de surgimento da lombalgia é preciso parar as atividades esportivas e procurar um médico ortopedista.