O que é?
O corpo possui algumas estruturas chamadas de tendões. Eles são responsáveis por ligar os músculos aos ossos, atuando no equilíbrio, movimentos e força de um indivíduo.
A Tendinite Calcárea ou Tendinite Calcária ocorre nos tendões do ombro, na região do Manguito Rotador, que é composto por quatro músculos e seus tendões. Ela acontece quando há um depósito/acúmulo de cálcio nesses tendões.
O tendão supra-espinhal, que fica bem no topo do ombro, é o mais atingido pela Tendinite Calcárea e por outras lesões, por isso, ficou conhecido como ‘área crítica’. Isso pode acontecer porque essa região suporta forças maiores e sofre mais impacto.
Qual a causa da Tendinite Calcárea?
Não se sabe ao certo quais são as causas que originam a Tendinite Calcárea. O que se sabe é que a doença não está ligada a algum tipo de impacto ou atividade de repetição específica.
Algumas teorias dizem que o problema ocorre por falta de oxigenação ou degeneração dos tendões. Existem também suposições de que distúrbios metabólicos possam resultar na Tendinite Calcárea.
Por alguma razão (também não identificada), a Tendinite Calcárea ocorre de maneira mais incidente em mulheres a partir dos 40 anos.
Fases e sintomas
Para compreender os sintomas e também os tratamentos indicados para a Tendinite Calcárea, é importante conhecer o seu ciclo de formação, composto por três fases.
A primeira etapa é a fase pré-calcificante. Nesse período, a condição pode permanecer assintomática (sem apresentar sintomas). O paciente não costuma sentir dor ou incômodo.
No segundo estágio acontece a fase de calcificação, quando o cálcio começa a ser depositado. Aqui o indivíduo pode ter alguns picos de dor no ombro e um leve desconforto na região.
A terceira fase é a de reabsorção, onde ocorre uma reação inflamatória e se observam os sintomas mais fortes. Nessa etapa, o cálcio que foi depositado nos tendões é reabsorvido pelo corpo e resulta em dores intensas no ombro do indivíduo. Mexer o ombro também fica mais difícil, já que a movimentação causa dor.
Os sintomas da Tendinite Calcárea podem ser confundidos com os da Síndrome do Impacto no Ombro. Por isso, é importante procurar um médico ortopedista especialista em ombro ao menor sinal de dor ou incômodo.
Diagnóstico
Na consulta, o médico realiza uma série de perguntas para conhecer os sintomas do paciente e entender melhor o quadro. Em seguida, o especialista faz um exame físico detalhado avaliando o ombro.
O exame mais usado para confirmar o diagnóstico é a radiografia. Por meio dela é possível identificar a região do depósito e a quantidade de cálcio. Se o médico achar necessário, pode solicitar outros exames de imagem, como a ressonância magnética.
Tratamentos
O tratamento vai depender do grau e da calcificação, analisado e acompanhado por meio das radiografias. Importante ressaltar que, em geral, o próprio corpo faz a reabsorção do cálcio (na terceira fase) fazendo com que os tratamentos sirvam para amenizar os sintomas (dor e inflamação) e proporcionar qualidade de vida ao paciente.
Como medicação, o médico pode recomendar analgésicos, anti-inflamatórios e injeções no local (com cortisona, por exemplo). Repousar e evitar fazer exercícios físicos que utilizem a região também são medidas indicadas.
Um método chamado de Barbotagem pode ser usado em casos de dor muito intensa. A finalidade desse procedimento é ‘diluir’ o acúmulo de cálcio, aliviando o desconforto. O ultrassom também tem apresentado bons resultados como método de tratamento.
A fisioterapia é muito importante para o tratamento da Tendinite Calcárea. Ela ajuda a diminuir a dor e fortalece a articulação, diminuindo a incidência de episódios de calcificação e prevenindo também outras condições que podem atingir essa região do ombro.
Casos muito graves, com dores intensas e recorrentes, que dificultam a execução das atividades mais simples do dia a dia, recebem a indicação cirúrgica como forma de tratamento. Basicamente, a cirurgia serve para retirar o depósito de cálcio.
Um dos métodos indicados para esse procedimento é a Artroscopia de Ombro. Ela é realizada por pequenas incisões com a ajuda de uma câmera e é minimamente invasiva. O pós-operatório desse tipo de intervenção costuma ser muito tranquilo. Se houver necessidade, o médico pode realizar uma cirurgia aberta (mais raras).
Após a cirurgia o paciente pode precisar manter o braço e o ombro imobilizados por um período e, assim como no tratamento não cirúrgico, realizar acompanhamento com o fisioterapeuta, além de fazer uso de medicações.