Para compreender melhor o que é uma Lesão do Manguito Rotador e suas consequências, é preciso primeiro conhecer um pouco mais dessa região e sua importância.
O que é?
O Manguito Rotador se localiza no ombro do corpo humano e é composto por quatro músculos e seus tendões: supraespinhoso, subescapular, infraespinhoso e redondo menor. Essa região cria uma espécie de capuz de proteção para a cabeça do úmero, um dos ossos do ombro que ‘começa’ no braço.
Além de proteger a cabeça umeral, esse “capuz” cria uma ligação entre os músculos e ossos, por meio dos tendões, proporcionando a realização dos movimentos de maneira completa e natural (elevação, abdução e rotação).
A Lesão do Manguito Rotador é uma das causas mais frequentes de dor no ombro e acontece quando essa estrutura é afetada – os tendões podem, assim como em outras partes do corpo, sofrer uma inflamação e se romperem completa ou parcialmente.
Quais as causas?
Uma das principais causas da Lesão do Manguito Rotador é o desgaste contínuo. Em outras palavras, é a realização de atividades que afetam essa região por um tempo prologando – esses movimentos podem ou não ser realizados de maneira incorreta e ainda assim a lesão se constituir.
Por essas razões, profissionais da área de construção, como pintores, e da área esportiva, como tenistas e golfistas, estão suscetíveis a desenvolver uma Lesão do Manguito Rotador. Nesse grupo de pessoas, a lesão pode surgir na juventude, dependendo da intensidade e quantidade de atividades realizadas.
Outro grupo de pacientes que apresenta bastante a Lesão do Manguito Rotador é composto por homens com idade acima dos 45 anos. Isso acontece principalmente por conta do desgaste e o enfraquecimento progressivo das estruturas.
A Síndrome do Impacto também compõe a lista de causas da Lesão do Manguito Rotador por desencadear situações favoráveis à inflamação dos tendões. Essa síndrome pode ter também como consequência a Bursite no Ombro, em conjunto ou não com a Lesão do Manguito Rotador.
Por fim, a Lesão do Manguito Rotador também pode ser resultado de traumatismo agudo, como acidentes automobilísticos ou quedas.
Sintomas
O principal sintoma da Lesão do Manguito Rotador é a dor no ombro, tanto nas lesões mais leves quanto nas mais graves. A dor costuma surgir na parte da frente do ombro, irradiando-se para a lateral e para a parte de trás. O desconforto pode se evidenciar mais quando for necessário realizar atividades que requerem movimentos com o ombro, como lavar o cabelo e pegar algo em um armário alto.
Outros sinais comuns relatados pelos pacientes são a dificuldade para dormir de lado, sobre o ombro, a fraqueza na região e a perda progressiva de mobilidade.
Diagnóstico
A Lesão do Manguito Rotador pode causar degeneração articular progressiva. Por isso, logo ao primeiro sinal de desconforto é necessário procurar ajuda médica para verificar se existe uma lesão no ombro.
Para obter o diagnóstico, o médico realiza um exame clínico em que coleta todas as informações sobre sintomas e histórico médico e familiar. Depois, ele faz uma série de movimentos com o braço para localizar o foco do desconforto.
Para concluir o diagnóstico, o especialista costuma solicitar exames de imagem (raio-X e ressonância magnética) que variam de caso para caso.
Tratamentos
Hoje em dia, as Lesões “Parciais” do Manguito Rotador costumam ser inicialmente tratadas por método conservador, ou seja, sem intervenção cirúrgica. Isso acontece para tentar evitar um procedimento mais invasivo, especialmente se não houve ruptura total do tendão e /ou fratura associada em casos de traumas.
Basicamente, o programa de tratamento conservador consiste em uma combinação de medicação anti-inflamatória e fisioterapia contínua. Em muitos casos, mesmo sem o reparo da ruptura parcial, o paciente apresenta melhora nos movimentos e diminuição quase – ou completa – da dor e desconforto.
As lesões mais complexas, transfixantes (completas) ou as que não melhoraram com o tratamento conservador podem ser encaminhadas para o procedimento cirúrgico. Dependendo da gravidade da lesão o médico pode realizar uma cirurgia aberta tradicional, por técnica mini-open (abertura/incisão pequena) ou por Artroscopia de Ombro, minimamente invasiva.
A reabilitação pós-cirúrgica vai depender da lesão e do método, mas, em geral, o paciente passa por um período de imobilização do ombro e braço com tipoia e, depois, segue o tratamento com fisioterapia para recuperar a força e a mobilidade.