O que é?
O corpo humano possui diversas articulações, pontos de junção entre ossos, que permitem a realização de movimentos. No ombro, na parte superior, nós temos uma articulação chamada Acromioclavicular. Ela une a extremidade da clavícula (o osso da ‘saboneteira’) e o acrômio, uma projeção óssea da escápula, outro osso que compõe o ombro.
A Artrose é uma doença degenerativa das articulações. Ela causa um desgaste contínuo da cartilagem que reveste os ossos e das outras estruturas presentes. É como se o óleo de uma dobradiça secasse e ela fosse enferrujando com o tempo. Quando esse processo acontece na articulação citada acima, ocorre a Artrose Acromioclavicular.
Quais as causas?
A Artrose Acromioclavicular pode ter diferentes causas. Uma delas é o envelhecimento natural. Em alguns pacientes, o surgimento precoce pode estar ligado a algum fator genético que facilita o desenvolvimento da Artrose. Em outros, o desgaste pode ser consequência do uso da articulação durante toda a vida, uma causa “natural”.
A sobrecarga do membro (movimentos repetitivos que levam os braços acima da cabeça) também pode resultar em Artrose Acromioclavicular. Não é incomum encontrar atletas que utilizam excessivamente a articulação com a doença – inclusive os jovens. Nadadores, tenistas e levantadores de peso estão entre os mais afetados. Praticantes de musculação, profissionais ou amadores, também precisam redobrar os cuidados com a região, já que ela é bem exigida durante os exercícios.
A Artrose Acromioclavicular pode surgir também em consequência de algum trauma, como uma Fratura de Clavícula, ou estar associada à outra lesão. Existem casos de pacientes que sofreram uma Luxação Acromioclavicular e, posteriormente, desenvolveram Artrose Acromioclavicular.
Sintomas
A doença pode passar um bom tempo sem ser percebida pelo paciente. Muitos casos permanecem assintomáticos por meses ou até anos.
Quando há presença de sintomas, é muito comum a pessoa ter dor no ombro (com ele parado ou ao apalpar). O incômodo pode se intensificar quando é preciso realizar movimentos rotacionais ou de elevação do braço acima da cabeça. Em alguns casos, é possível perceber uma saliência no local da articulação. Ocorre piora da dor também durante a noite, na cama, quando se deita em cima do ombro acometido.
Diagnóstico
A união dos sintomas e do histórico do paciente (e/ou sua idade) já ajuda o médico especialista a perceber a presença da Artrose Acromioclavicular. Em geral, é necessário realizar também uma radiografia para confirmar o diagnóstico verificando o desgaste da articulação.
Alguns médicos podem solicitar também outros exames de imagem, como a ressonância magnética, para concluir o diagnóstico e também descartas outras suspeitas, além de verificar possíveis lesões associadas.
Tratamento
A Artrose Acromioclavicular não tem cura, pois não há reversão do quadro, mas tem tratamento para alívio significativo dos sintomas. Nos casos menos agressivos, o tratamento conservador é indicado. Nele, acontece a união do uso de medicamentos, como analgésicos e anti-inflamatórios, uso de gelo local, o repouso – essencial para evitar a sobrecarga da articulação – e a fisioterapia. Nos casos persistente, pode-se realizar uma infiltração no local com corticoide.
Para algumas pessoas, pode parecer incoerente parar com exercícios que sobrecarreguem a região e, ao mesmo tempo, começar sessões de fisioterapia. Acontece que, na fisioterapia, o programa de atividades é específico e voltado para o fortalecimento da região, sempre com assistência de um profissional que vai acompanhar a evolução do quadro e indicar os exercícios necessários que não prejudiquem a articulação.
Não existe um período exato para o tratamento. Tudo vai depender do quadro do paciente, dos sintomas e da evolução. É necessário acompanhar a doença com um médico especialista e tomar realizar todo o programa indicado.
Alguns casos não respondem bem ao tratamento conservador e podem ser encaminhados para a cirurgia. A técnica mais utilizada é a ressecção da extremidade distal da clavícula (0,6cm) por uma Artroscopia (cirurgia de Mumford artroscópico). O procedimento é relativamente simples e tem bons resultados, mas só deve ser indicado na falha do tratamento conservador inicial.