O que é?
O menisco se trata de uma estrutura muito importante localizada no interior de nossos joelhos. Ela é composta de fibra e cartilagem e é responsável por amortecer as forças que são aplicadas na articulação durante todo e qualquer movimento que envolva o joelho, até mesmo o simples ato de caminhar. Por ter uma função tão delicada e significativa, as lesões na região do menisco são muito mais comuns do que se imagina e são uma das causas mais frequentes de dor no joelho.
O Menisco Discoide, porém, diferente da Lesão do menisco, Lesão do Ligamento Cruzado Anterior ou até da Condromalácia Patelar – condições mais comuns que acometem a articulação e provocam dor no joelho – está ligado a uma alteração ou anomalia presente na anatomia do joelho. Essa anomalia é consideravelmente rara, atingindo apenas 3% de toda a população mundial, e pode afetar desde toda a estrutura do menisco ou até se concentrar em um único ponto, como no menisco lateral, onde costuma ser mais comum.
O paciente com Menisco Discoide não necessariamente perceberá alguma diferença ou se queixará de dor. Na maioria das vezes, a anomalia se torna um incômodo apenas com a prática esportiva, principalmente de esportes que exigem grandes movimentos da articulação, ou esforço repetitivo do joelho, já que ela deixa a articulação mais fragilizada e propensa a sofrer danos.
Existem ainda três tipos de Meniscos Discoide: o tipo completo, que encobre toda a região do côndilo tibial do joelho; o tipo incompleto, que não encobre tudo; e o tipo ligamento de Wrisberg. Apesar de haver muitos tratamentos com o objetivo de minimizar os riscos e devolver a qualidade de vida do paciente, apenas o procedimento cirúrgico pode corrigir o Menisco Discoide completamente.
Quais as causas?
Até hoje não se sabe ao certo as causas do Menisco Discoide, apenas que pode estar ligado a fatores genéticos. A anomalia é caracterizada pela formação de um disco ou menisco diferente, geralmente mais grosso, maior e sem seguir o formato tradicional, que se assemelha ao de uma meia lua. Por conta dessa alteração, é comum que essa estrutura mais grossa acabe presa e pressionada pela tíbia e o fêmur – ossos das pernas e coxas –, dificultando assim a circulação do sangue e a cicatrização, no momento de uma lesão.
Além disso, é comum que o Menisco Discoide também torne a articulação do joelho mais instável e fraca, por conta da ausência de um ligamento chamado de Wrisbeg e que serve principalmente para estabilizar o joelho durante os movimentos. Todos esses fatores juntos são o que tornam o paciente mais propenso a sofrer lesões ou pequenas rupturas no joelho.
Quem faz parte do grupo de risco?
Fazem parte do grupo de risco do Menisco Discoide apenas pessoas com histórico familiar ou fatores genéticos.
Apesar disso, é importante alertar que os sintomas costumam aparecer com mais frequência e causar mais problemas ao paciente durante a adolescência ou durante a prática de exercícios físicos. Pessoas que são diagnosticadas, portanto, com o Menisco Discoide devem tomar muito mais cuidado, mesmo após o início do tratamento.
Quais os sintomas?
Os sintomas do Menisco Discoide aparecem apenas quando ocorre alguma lesão ou ruptura da região, provocada pela alteração anatômica. O que significa que muitas pessoas com essa alteração podem passar a vida inteira sem notá-la ou sem sofrer lesões. Nos casos em que ocorre a lesão ou ruptura, é comum que o paciente se queixe de dor no joelho, além do inchaço, possíveis estalos, dificuldade em realizar movimentos e até travamento da articulação. Esses sintomas podem ser constantes ou vir com pequenos intervalos de alívio.
No caso de qualquer suspeita, é importante que o paciente procure por um médico ortopedista especialista em joelho que poderá fazer o diagnóstico correto.
Como é feito o diagnóstico?
No consultório médico, é comum que o próprio profissional faça um levantamento do histórico do paciente e familiar e também um exame físico, a fim de verificar todos os possíveis sinais de uma lesão.
Em caso de suspeita de Menisco Discoide, o médico ortopedista geralmente solicitará que o paciente faça uma ressonância magnética – exame padrão para identificar e avaliar a presença da alteração no menisco. Caso não seja possível verificar por meio da ressonância, pode-se recorrer ainda a uma radiografia.
Quais são as formas de tratamento disponíveis?
O tratamento do Menisco Discoide é, na maioria das vezes, o mesmo aplicado a outros tipos de lesões no menisco. Primeiro, é possível que o médico receite medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos para aliviar e tratar os sintomas, além de também poder ser necessária a imobilização temporária da articulação.
Por se tratar de uma condição que deixa o joelho fragilizado, o tratamento do Menisco Discoide envolve sempre fisioterapia, testes de equilíbrio de força, avaliações biomecânicas e outras medidas que ajudem na recuperação da lesão mas também na correção, fortalecimento e redução de riscos de futuras contusões.
Algumas vezes, pode ser necessária ainda a realização de uma cirurgia que corrija o Menisco Discoide – chamada de meniscoplastia. Apenas o médico poderá indicar a melhor maneira de seguir com o tratamento, levando em conta o diagnóstico, grau de risco e o histórico de cada paciente.