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Coluna

O começo do ano marca o início de um novo ciclo escolar para milhares de crianças, jovens e adolescentes. Isso significa que é preciso ter atenção nos detalhes mais minuciosos, incluindo até mesmo a arrumação dos materiais na mochila.

A grande quantidade de matérias e a intensa carga horária podem levar ao hábito de carregar mochilas pesadas, o que pode ser muito nocivo, causando consequências irreversíveis em longo prazo.

Alguém que carrega um peso que excede até 10% ou 15% do seu peso corporal corre o risco de sentir dor nas costas e adquirir outros distúrbios que afetam diretamente a coluna vertebral. A situação se agrava ainda mais porque a maioria desses adolescentes não faz exercícios físicos com tanta frequência, o que pode aumentar a consequência de atrito para a coluna.

Peso x Dor nas costas

Numa pesquisa realizada na Espanha, por exemplo, o peso médio das mochilas foi de quase 7 quilos. Mais de 60% estavam carregando mochilas que pesavam mais de 10% do peso corporal. E um em cada cinco, carregava a mochila com mais de 15% do próprio corpo. Por causa desses índices, um em cada quatro alunos reclamou de dores nas costas por mais de 15 dias durante o ano anterior.

Essa mesma pesquisa divulgou que a escoliose (quando se tem desvio na coluna) é responsável por 70% dessas dores. Outros 30% das reclamações se aplicam a dores lombares ou contraturas, ou seja, contrações musculares involuntárias e contínuas. Nesse âmbito, as meninas sofrem mais com as consequências do excesso de peso e esse risco aumenta mais com a idade por causa do longo período que o organismo é submetido a essas condições.

De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o peso recomendado do acessório não deve passar de 10% do peso corporal da criança. Ou seja, se o estudante tiver 50 quilos, o ideal é que o peso da mochila não ultrapasse os 5 quilos. Ainda de acordo com números divulgados pela OMS, 85% da população mundial adulta já sentiu dores nas costas, sendo que 70% dos problemas de coluna na fase adulta foram causados por excesso de peso ou esforço repetitivo na adolescência.

Dentre as complicações mais comuns desse hábito diário estão a má postura constante, a hipercifose (que é o aumento da curvatura da coluna), além de dores crônicas no pescoço.

Dicas para evitar o excesso de peso

O estudante deve perceber se, ao carregar a mochila, precisa inclinar o corpo frente. A forma com que o jovem se ergue e até retira a mochila pesada das costas também pode ser prejudicial para o desenvolvimento ósseo.

Muitos pais e alunos podem considerar a mochila de rodinhas como uma boa opção para evitar a dor nas costas, mas ela também pode ser prejudicial se for puxada de maneira inadequada. A alça do carrinho precisa ter a altura adequada de acordo com a estatura de quem a porta. O suficiente para que seja puxado sem forçar a coluna. É importante observar, também, se o braço da criança não fica completamente esticado quando ela estiver transportando a mochila.

Muitos estudantes têm o costume de usar a mochila pesada, ou até leve, pendurada em apenas um dos ombros, isso se torna ruim para coluna porque o fato de estar descompensada em um dos lados pode desencadear escoliose.

Outro ponto que os pais e professores devem se atentar é com relação às reclamações de dor nas costas, levando o estudante a passar em consulta com o médico ortopedista caso as reclamações sejam constantes.

Na hora de adquirir o acessório, a dica é optar pelos modelos tradicionais de alça dupla, que permitem melhor distribuição do peso. As alças devem ser, preferencialmente, acolchoadas e ajustadas para que a mochila fique rente ao corpo.

Doenças decorrentes da sobrecarga de peso para o organismo

O mau uso da mochila nas costas pode acarretar em distensões musculares e problemas para a vida toda.

Dentre as patologias que mais acometem a coluna vertebral decorrentes do excesso de peso, estão:

- Hipercifose: ombros projetados para frente e o dorso arredondado;

- Hiperlordose: aumento na curva lombar;

- Escoliose: curvatura lateral excessiva da coluna vertebral.

É recomendado ter o acompanhamento de um pediatra ainda que não seja notado nenhum problema aparente, além da consulta periódica com um médico ortopedista. Existem casos que poderiam ser evitados ainda no começo, mas por causa do agravamento do quadro e comprometimento da coluna, a solução encontrada se limita a resolver o problema cirurgicamente.

Tratamentos

Os tratamentos para os problemas como escoliose, por exemplo, são variados. Mas no geral são baseados no risco de progressão da curvatura. As curvas progridem mais durante o período de crescimento do paciente, justamente no período da adolescência. Enquanto a maioria das curvas retarda a sua progressão significativamente no momento da maturidade esquelética, algumas, especialmente as curvas superiores a 20 graus continuam a progredir durante a idade adulta.

Nos casos de hipercifose, os casos podem causar dor ou desfigurar o aspecto da coluna. O tratamento pode incluir medicamentos para dor, fisioterapia e, em alguns casos, cirurgia.

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