O que é a epicondilite lateral do cotovelo?
Também conhecida como cotovelo de tenista (tennis elbow), a epicondilite lateral é uma doença que causa a degeneração e a inflamação dos músculos e tendões que saem do epicôndilo lateral do cotovelo. Ela ocorre por conta dos movimentos repetitivos e intensos advindos da mão e dos dedos, que acabam influenciando no funcionamento do antebraço.
O cotovelo é uma articulação composta por ligamentos, músculos e ossos (úmero, osso do braço, ulna e radio, do antebraço), responsável pela mobilidade do braço e influencia diretamente nos movimentos dos dedos, da mão e do punho. A doença ganha esse nome (epicondilite), por conta das duas saliências ósseas presentes no cotovelo e chamadas de epicôndilos lateral e medial, que originam os tendões de extensão do punho.
Quais as causas de epicondilite lateral?
As causas mais comuns para o desenvolvimento da patologia são os movimentos repetitivos e intensos com os músculos extensores do punho e da mão, fazendo com que os tendões sejam puxados com força no local. Dessa forma, a sobrecarga e o desgaste sobre o local contribuem para que haja lesões no tendão, iniciando assim, a epicondilite lateral.
Quem faz parte do grupo de risco da epicondilite lateral?
Em geral, a incidência da patologia cai sobre pessoas na faixa etária de 35 a 50 anos, sendo que homens e mulheres estão sujeitos a desenvolvê-la igualmente. Apesar de ser mais associada ao tênis como esporte (daí o nome “cotovelo de tenista”), a epicondilite lateral pode surgir com outros esportes também, tais como o golfe, boliche e outras práticas esportivas que consistem em arremesso.
No ambiente profissional, pessoas que trabalham com carpintaria, máquinas industriais, tricô, profissões que digitam em excesso (como secretárias, professores, escritores, jornalistas, economistas e advogados), cozinheiros, pintores, açougueiros e até mesmo profissionais da área da limpeza estão sujeitos à doença.
Quais os sintomas da epicondilite lateral?
De fato, o sintoma mais claro da doença é a dor no cotovelo, que se inicia na face lateral dele e pode irradiar para o antebraço e piorar com o esforço físico. Em geral, o paciente pode sentir dificuldade de segurar determinados objetos, como uma xícara de café cheia ou manipular uma tesoura, isso se dá por conta dos tendões e músculos lesionados.
Outros sintomas que, apesar de serem menos comuns, também são característicos da epicondilite são: sensação de calor no cotovelo, sensibilidade local e também redução da força para estender o punho e os dedos. Na fase inicial da doença, os sintomas são toleráveis, e a dor só é sentida após as atividades. Entretanto, na fase mais avançada, a dor pode ser muito grande, a ponto de afetar toda a rotina do paciente.
Como é feito o diagnóstico da epicondilite lateral?
O diagnóstico para epicondilite lateral pode ser feito clinicamente por um ortopedista geral ou em casos duvidosos pelo especialista em cotovelo. É importante o paciente estar preparado para a consulta, dessa forma, ele deve preparar um breve relato sobre a rotina diária dele, uma pequena lista com os sintomas sentidos e também o histórico médico familiar e individual.
A segunda etapa do diagnóstico é o exame físico, onde o médico analisa o cotovelo e pede para o paciente realizar movimentos de extensão e flexão do braço, punho e dedos, a fim de saber se provoca dor na parte externa da articulação. Para auxiliar no diagnóstico, é provável que o ortopedista especialista em cotovelo peça exames de imagem, como uma radiografia para descartar fratura, calcificações ou até mesmo artrite do cotovelo.
Quais as opções de tratamento disponíveis para epicondilite lateral?
Existem duas formas de tratamento da epicondilite lateral, o tratamento convencional – também chamado de conservador – e o tratamento cirúrgico. Na primeira opção, o ortopedista especialista em cotovelo pode recomendar medicamentos anti-inflamatórios pelo período de quatro a cinco semanas, analgésicos para reduzir a dor, sessões de fisioterapia para fortalecer a musculatura e melhorar os movimentos. É recomendável fazer compressas de gelo quatro vezes ao dia por 15-20 minutos.
Apesar dos casos de epicondilite lateral na maioria das vezes responderem bem ao tratamento conservador, pode ser necessário realizar a cirurgia, seja porque a lesão é grave ou porque o tratamento conservador não tenha sido o suficiente. A cirurgia pode ser aberta ou até mesmo por meio de artroscopia, um procedimento inovador, onde são feitos três pequenos cortes no local, em um vai uma pequena câmera e nos outros os instrumentos necessários para realizar o reparo da articulação.
A operação é realizada em uma sala esterilizada e com anestesia geral. Ela visa realizar uma limpeza na articulação, e nos casos mais graves de degeneração dos tendões, a parte lesionada por de ser retirada sem deixar sequelas. Há a possibilidade de haver rompimento parcial do tendão extensor radial curto do carpo, se realizando nestes casos um “release” ou sutura de acordo com cada caso.
Informações de recuperação e pós-operatório
Após a cirurgia, o paciente deve permanecer um dia no hospital para observação. Os pontos podem ser retirados entre duas e três semanas. É importante realizar repouso total da articulação, que deve ser protegida com uma tala ou órtese ortopédica. Sessões de fisioterapia pode ser necessárias para recuperar a mobilidade completa e restabelecer a força muscular.
É importante lembrar que o tratamento por meio de plasma rico em plaquetas, utilizado em alguns lugares, ainda está em sua fase de testes, portanto não é aconselhável.