O que é?
A bursite olecraniana, também conhecida popularmente por cotovelo de estudante, é a inflamação da bursa localizada na ponta do cotovelo. A bursa é uma bolsa sinovial que carrega o líquido sinovial, e auxilia o bom funcionamento da articulação reduzindo o atrito e protegendo estruturas importantes, como os ossos e tendões. A patologia leva esse nome por conta da proeminência óssea chamada de olecrano (ou olecrânio), que confere o formato pontudo ao cotovelo.
Quais as causas?
Existem diversas causas comuns para a inflamação no cotovelo, mas a principal é ficar com o cotovelo apoiado por muito tempo, como é o caso de muitos estudantes universitários e trabalhadores, o que acaba sobrecarregando a bursa. Outra causa muito comum são os traumas no local, que além de prejudicar a mobilidade da articulação, aumenta a chance de ocorrer inflamação e dor no cotovelo. Esportistas que fazem uso constante de movimentos do braço (caso de tenistas) também podem estar sujeitos à doença.
Apesar de o início da bursite ser lento e pouco sintomático, sem o devido tratamento, ela pode se tornar crônica e exigir um tempo maior de cura. Já nos casos de início traumático, como fraturas locais ou acidentes (como quedas), a bursite pode ser hemorrágica, que é quando há sangramento interno da bursa, mas o corpo não consegue absorvê-lo. Por fim, uma das causas menos comuns, é a infecção da bursa, que tem os mesmos sintomas, mas exige um tratamento mais ágil e diferenciado das demais, com o uso de antibiótico.
Quais são os sintomas da bursite olecraniana?
Como descrito acima, o início da patologia é quase assintomático, contudo, o sintoma mais comum (tanto no início como na fase crônica da doença) é o inchaço posterior do cotovelo. Na fase aguda, o cotovelo inchado pode ser acompanhado de dor forte e insuportável à palpação, mesmo durante o movimento.
Por conta do inchaço e da possível hemartrose local (que é o vazamento de líquido interno, como sangue), a região acometida do cotovelo fica avermelhada e o paciente pode sentir uma sensação de calor no local. A maioria dos pacientes sente dificuldade em realizar movimentos com o braço, como dobrá-lo.
Como é feito o diagnóstico da bursite olecraniana?
O diagnóstico da bursite olecraniana deve ser feito clinicamente por um ortopedista geral ou especialista em cotovelo. No intuito de separar informações que auxiliem o médico, o paciente deve preparar uma pequena lista com os sintomas sentidos, um breve relato das atividades físicas e também o histórico de saúde familiar e individual.
Dessa forma, o ortopedista pode descartar outras doenças e seguir para a segunda etapa, que é o exame físico. Nele, o médico vai apalpar levemente o cotovelo e pedir para ao paciente fazer movimentos de rotação e esticar o braço. É importante analisar os dados e o local do problema para descartar outras doenças de sintomas parecidos, como a epicondilite lateral.
Se ainda assim não for possível realizar o diagnóstico, o ortopedista especialista em cotovelo pode pedir alguns exames de imagem, como uma ultrassonografia, radiografia ou ressonância magnética, pois é comum encontrar a presença de osteófitos (pequenas proeminências ósseas anormais) ou calcificações em pacientes que já tiveram bursite no cotovelo. Em caso de bursite infecciosa, o médico pode pedir também um exame de sangue para diferenciar a presença da doença chamada “gota” (aumento do ácido úrico) da infecção.
Quais são as opções de tratamento disponíveis?
Existem duas formas de tratamento disponíveis, o tratamento conservador e o tratamento cirúrgico. A primeira opção é indicada para todos os casos, mas depende da gravidade de cada um. Nela, o médico prescreve medicamentos analgésicos para diminuir a dor no cotovelo, anti-inflamatórios para reduzir a inflamação e no caso de bursite com infecção, antibióticos. Cuidados paralelos também podem ser indicados, como compressas de gelo, uso de cotoveleira e mudanças de atividade.
Por conta do líquido acumulado no local, que pode ser sinovial, sangue ou pus, o médico pode fazer uma punção, que é a drenagem desse líquido por meio de agulha. Caso haja suspeita de infecção ele também pode enviar o material de amostra para análise em um laboratório para verificar a presença de bactérias. Para o caso de grande inchaço acompanhado de dor, o médico pode recomendar injeção de medicamentos corticoides, que aliviam a dor e o inchaço local, mas devem ser feitos com cautela, pois também podem prejudicar.
A segunda opção de tratamento, que é a cirurgia, é indicada para os casos mais graves onde o tratamento conservador não obteve resultado. A cirurgia mais comum é a de remoção da bursa inflamada, feita com anestesia. Na grande maioria dos casos que necessitam de cirurgia da bursite olecraniana, o corpo se encarrega de regenerar a bursa por conta própria.
Informações de recuperação e pós-operatório
Após a cirurgia de remoção da bursite, o paciente deve permanecer um dia no hospital, e os pontos podem ser retirados em até no máximo duas semanas.
Para a reabilitação, o paciente deve utilizar uma cotoveleira almofadada para proteger o local e realizar sessões de fisioterapia para fortalecer a musculatura. A plena retomada de atividades vai depender do perfil de cada paciente, mas não costuma ser demorada.