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Artigos e entrevistas

matéria publicada na Revista CARAS - Dr.Fabiano Rebouças

Artrose, osteoartrose, osteoartrite degenerativa e doença articular degenerativa são todos sinônimos da mesma doença reumática que se caracteriza pelo desgaste progressivo da cartilagem articular. A cartilagem das articulações, formada basicamente por proteínas e fibras colágenas, é o forramento liso das superfícies dos ossos que articulam e que favorecem o deslizamento entre si. Uma vez que ocorra uma fissura ou falha, mesmo que pequena, em uma dessas superfícies, o processo de desgaste pode ter início e resultar na artrose. Após iniciar, o processo de desgaste das cartilagens é evolutivo e de difícil controle. Com a progressão, pode ocorrer crescimento ósseo anormal os osteófitos, também chamados popularmente de “bicos de papagaio”, como tentativa de estabilizar e dar maior firmeza à articulação desgastada.

A artrose acomete mais as mulheres acima dos 60 anos de idade, nas juntas das mãos e joelhos principalmente, atribuída muitas vezes pela osteoporose, atividades repetitivas ou aumento do peso. Quando acomete os homens é mais frequentemente nas juntas dos quadris, e geralmente está relacionada a um fator hereditário ou de sobrecarga. Favorecem o aparecimento da doença a obesidade, posturas erradas...tendências hereditárias-constitucionais, sobrecargas (atividades de alto impacto), sedentarismo. As causas podem ser desconhecidas, mais relacionada às características genético-hereditárias da pessoa, ou conhecidas, relacionadas a uma infecção articular prévia, lesão meniscal do joelho, uma fratura antiga da articulação, entorse articular forte, lesões ligamentares, trauma direto na articulação nas situações em que ocorra uma lesão na cartilagem no momento do trauma ou que ocasione uma instabilidade da articulação como nas lesões ligamentares e que assim vá ocasionar um desgaste precoce das cartilagens pela mobilidade anormal da articulação, por um “jogo” ou “folga” (anormais ) ou até mesmo na sobrecarga localizada de uma articulação mal posicionada, que pode piorar, por exemplo, nos casos de joelhos arqueados (genu varo, quando os joelhos afastam-se entre si quando os pés estão juntos) ou em “X” (genu valgo, quando os joelhos aproximam-se entre si, podendo até encostar ou se sobrepor, quando os pés estão juntos), ocasionando então uma maior sobrecarga no compartimento de dentro ou de fora dos joelhos respectivamente.

O paciente inicia os sintomas com desconforto e cansaço inicialmente ao movimentar-se , andar e esforçar a articulação e posteriormente após o avanço da doença, também ao ficar muito tempo em repouso, além de dores ao redor da articulação acometida. A dor pode piorar progressivamente, seguida de rigidez e deformidade na articulação. Pode ainda ocorrer aumento dos ruídos articulares durante os movimentos, inchaço, aumento do volume da articulação e falta de firmeza aos esforços do dia-dia. Com o tempo, a dor tende a piorar após um período prolongado de repouso ou imobilidade da articulação doente. Quando a articulação desgastada fica muito tempo imóvel pode ocorrer encurtamento da cápsula articular e dos ligamentos já que praticamente não há mais cartilagens para manter a distância entre os ossos, bem como pela redução da produção do líquido sinovial articular, ocasionando desconforto quando volta-se a movimentar. O paciente acorda pela manhã com piora das dores e dificuldade para movimentar a articulação e com o passar do dia em geral melhora. Sim pode-se chegar a não conseguir mais colocar qualquer pressão na articulação pela dor ou deformidade ocasionada, até mesmo com a perda completa dos movimentos, podendo chegar a não conseguir mais andar!
A doença pode ser comprovada pela história geralmente arrastada de dor com piora progressiva associada com limitação também progressiva dos movimentos, pelo exame físico que mostra aumento do volume da articulação podendo chegar a deformidades e crepitações (ruídos) aumentados. Exames de imagens como as radiografias e ressonância magnética podem também auxilar para fechar o diagnóstico, mostrando o grau de destruição da articulação.

O tratamento objetiva principalmente minimizar a evolução da doença e controlar as dores com bolsas de gelo e medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, seguido de exercícios para retorno dos movimentos perdidos e aumento da força muscular. A fisioterapia e a hidroterapia podem ser muito eficazes. Ajudam pelo ganho da mobilidade sem impactos / facilidade de certos movimentos dentro da água com melhor controle do membro / ganho de força pela própria resitência oferecida pela água ao membro / os pacientes sentem-se mais seguros e confortáveis a movimentar o membro dentro da água! Existe ainda, em certos casos que não melhorem com medicamentos ou fisioterapia , por exemplo na artrose de joelho que não esteja evoluindo com o tratamento e permaneça edemaciado constantemente, a alternativa de realizar-se infiltrações para melhora das dores para facilitar o trabalho fisioterápico de ganho dos movimentos e fortalecimento. Quando o paciente estiver melhorando pode-se optar pelo uso de bengalas ou muletas para tirar um pouco da sobrecarga no membro ajudando a economizar a articulação doente e até mesmo para dar um pouco mais de firmeza ao andar evitando uma possível queda até a total recuperação ou usar de modo definitivo. Exercícios de baixo impacto, como hidroginástica e natação, e a perda de peso com dietas também fazem parte do tratamento a longo prazo. Atualmente existem medicamentos de condroitina e glicosamina, que também vêm sendo utilizados como tentativa de estabilizar a doença.

Na falha dos tratamentos restam como opções as cirurgias que são divididas em dois tipos: as osteotomias e as artroplastias. As osteotomias consistem de “cortes” ósseos, com o objetivo de melhorar o alinhamento dos membros e a distribuição das cargas exercidas, evitando a progressão do desgaste articular; já as artroplastias consistem da colocação de próteses, que substituem as articulações originais, totalmente desgastadas e doloridas.
Como se trata de um processo evolutivo e ainda, na maioria das vezes, sem solução definitiva, vale a pena lembrar que o melhor remédio ainda é o de “economizar” a articulação acometida ...diminuindo as atividades de alto impacto se for necessário (corridas, futebol, etc), usando órteses tipo bengalas, fazendo atividades de baixo impacto que ajudem a alongar e fortalecer os músculos e ligamentos articulares (natação , hidroginástica, musculação controlada, exercícios de alongamentos), uso de sapatos/tênis com amortecimentos, evitar o sedentarismo.

* Fabiano Rebouças Ribeiro, ortopedista do Centro Médico Berrini, na capital paulista, é especialista em ombro e cotovelo e preceptor de ensino da residência médica do Serviço de Ortopedia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. É também membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Ombro-Cotovelo. Mestre em Medicina/Ortopedia pelo IAMSPE.
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