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Pediátrica

O que é?

Marcha é o termo médico utilizado para descrever o ato de caminhar/andar de um ser humano. O Desenvolvimento da Marcha trata justamente do período de evolução do bebê desde as primeiras roladas no berço até a capacidade completa de caminhar.

O acompanhamento do Desenvolvimento da Marcha, que é composto por fases, é extremamente importante para avaliar se a criança apresenta alguma dificuldade. Se ela apresentar, o médico pode iniciar o processo de investigação do problema e indicar opções de tratamento.

Do rolar ao caminhar

Tudo começa no berço. O processo de Desenvolvimento da Marcha se inicia logo nas primeiras roladas que o bebê dá. A partir desse momento, todo o corpo já começa a funcionar “caminhando” para o dia em que a criança dará seus primeiros passos.

Depois de rolar, o bebê começa a sentar com apoio e, em seguida, sem. Aqui já há um desenvolvimento da coluna e de outras estruturas. O próximo passo costuma ser o engatinhar, fase em que os joelhos e mãos atuam ativamente.

Após um período alternando entre essas três etapas, a criança começa a ficar em pé com apoio e tenta dar os primeiros passos. Muitas vezes, o primeiro andar acontece com apoio de uma parede ou algum móvel. Por fim, vem o grande momento: caminhar sem auxílio.

Durante todo esse tempo, as estruturas vão se fortalecendo e a criança começa a desenvolver sua capacidade motora. Em geral, esse período se dá entre o nascimento e os dois anos de idade, podendo variar de criança para criança.

É importante que os pais e pessoas que acompanham de perto essas etapas relatem ao pediatra e ortopedista o andamento das fases e, principalmente, se existe alguma dificuldade na hora de realiza-las.

A marcha na criança não deve ser acelerada, mas sim estimulada. O uso de andadores para crianças, atualmente é contraindicado pelos médicos ortopedistas, pois podem ocasionar atraso do desenvolvimento motor, deformidades articulares e ainda levar a sérios acidentes.

O Ciclo da Marcha

Durante o Desenvolvimento da Marcha – e por todo o restante da vida – pode-se classificar o ciclo da marcha como tendo duas grandes fases: a fase de apoio e a fase de balanço.

A fase de apoio é subdividida em cinco etapas: contato inicial, resposta a carga, médio apoio, apoio terminal e balanço. Ela tem por característica manter a estabilidade do corpo, enquanto o membro inferior suporta o peso.

A fase de balanço (ou fase de oscilação) também é subdividida, dessa vez em três etapas: balanço inicial, balanço médio e balanço final (ou desaceleração). Basicamente, a fase de balanço se caracteriza pelo movimento e impulso da caminhada.

Todo o corpo participa do Ciclo da Marcha: braços, quadris, joelhos, tornozelos e até a cabeça. Nesse processo, ocorre o deslocamento do centro da gravidade. É como se a cada pisada a gravidade do corpo fosse “jogada” de um lado para o outro.

Para que um simples passo seja dado, muitas coisas acontecem. A rotação pélvica faz com que o quadril se movimente mantendo um eixo central e a inclinação ajuda a reduzir os movimentos da parte superior do corpo.

O joelho, o tornozelo e o pé atuam quase como uma coisa só. O calcanhar apoiado no chão deixa o joelho esticado; o joelho dobra e o pé todo encosta no chão; o joelho dobrado “vai para frente” e o calcanhar sai do chão, permanecendo os dedos apoiados. Tudo uma questão de flexão e alongamento dos três membros.

Marcha Patológica

Até agora foi possível perceber que o Desenvolvimento da Marcha e a própria Marcha são processos complexos e que envolvem muitos fatores. Em geral, o que se espera é que a criança evolua bem e desenvolva uma Marcha Normal, seguindo os ciclos e utilizando corretamente todos os membros do corpo a favor do andar.

Mas nem sempre é assim que funciona. Muitas pessoas podem apresentar – quando crianças ou no decorrer da vida – alterações na Marcha, resultando em uma Marcha Patológica. Isso pode ocorrer por problemas neuromusculares ou musculoesqueléticos, como Poliomielite, Fasceíte Plantar, Artrose de Quadril, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Parkinson e Distrofia Muscular.

A Marcha Ceifante, por exemplo, se dá depois de AVCs. É o típico caminhar em rotação, quando a pessoa faz uma espécie de círculo no chão com o pé para dar um passo, com dificuldades para flexionar o joelho.

Algumas das Marchas Patológicas podem ser identificadas logo nos primeiros anos de vida. O principal é observar o Desenvolvimento da Marcha e reportar qualquer situação anormal ao pediatra e ortopedista.

Outras condições que a médio e longo prazo podem dificultar o Desenvolvimento da Marcha também podem ser avaliadas durante consultas periódicas, como a Displasia do Desenvolvimento do Quadril, que pode ser detectada durante exames simples em consultório pediátrico e ortopédico.

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